quinta-feira, 12 de abril de 2012

Vendo estrelas...



           Um dia desses voltando para casa parei e dei uma olhada para o céu. Buscava ver as estrelas. Para você que me lê pode parecer estranho um cara com quase 60 anos parar seu carro para ver estrelas e detalhe sozinho.

Pois é, mas não é tão estranho assim. Desde a primeira vez que vi estrelas no céu, me apaixonei por elas e as vezes quando quero uma maior intimidade para falar com o meu Deus faço isso. É um bom momento para refletir. Uma intimidade total.

Tudo começou quando criança minha mãe costumava me mostrá-las fazendo alusão as “Três Marias” e ao "Cruzeiro do Sul". As vezes até não enxergava, mas para não decepcionar minha mãe dizia estar vendo.

Isso me foi criando um hábito que jamais revelei nem mesmo as minhas namoradas e a minha esposa. Afinal embora fosse romântico havia outras formas de mostrar este romantismo.

Mas, afinal porque as estrelas nos atraem tanto? Qual este “poder” que elas têm para fazer com que pessoas fiquem a apreciando horas a fio e saiam com realizadas desta façanha?

Antoine de Saint-Exupéry afirmou uma vez: "Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas.”.

Será só isso mesmo? Uma jornalista disse que nas estrelas ela consegue vê-las como exemplo de doação espontânea já que elas nascem e morrem apenas para, na opinião dela, “abrilhantar o céu”.

Tive um amigo fotógrafo, com quem trabalhei em São Paulo, que adorava passar várias madrugadas fotografando as estrelas, a lua e o nascer do sol. Quantas vezes ele me ligava logo cedo para dar noticia de que havia feito “aquela foto”.

Lembro-me de duas ocasiões em que pude apreciar muito estes astros celestiais. A primeira foi quando voltava de Sorocaba ou Itu, não me lembro bem, e em um determinado trecho da Rodovia Castelo Branco as pessoas que estavam no carro comigo puderam parar e apreciá-las em sua totalidade. Lindas, brilhavam que nem diamantes. Dava para ver sua luz mesmo estando próximos da cidade de São Paulo.

A outra foi, já em Volta Redonda, quando retornava de Amparo, distrito de Barra Mansa, para minha casa e a luz da lua junto com as estrelas era tão forte que me permitiu apagar, por alguns segundos, os faróis do carro e guiar-me tendo ela por base. Foi um momento único que pude compartilhar com minha esposa e com minha filha Luciana.

Voltando ao início desta crônica um detalhe: embora tivesse parado para ver as estrelas, vem agora uma triste notícia: a poluição em Volta Redonda era tanta que fiquei apenas na vontade. Mas, valeu! Afinal gerou esta crônica.

E para encerrar um poema de Guilherme de Almeida

“Olho a noite pela
vidraça. Um beijo, que passa
acende uma estrela”.

Um comentário:

roseana disse...

Este fascínio, pelas estrelas e pela lua , deve ser genético !!!
Adoro !!!