O ano não me lembro bem, mas foi por volta de
1968, 1969. Uma grande notícia chega à cidade de Volta Redonda: o filme
Lawrence da Arábia, um dos maiores sucessos da telona iria passar no cine Nove
de Abril.
Filas formavam à sua porta para ver as aventuras e desventuras tão anunciadas
naquele filme.
E como não podia deixar lá fui eu acompanhado de meu pai e de meu primo que morava no distrito Barão de Juparanã e estava passando uns dias em minha casa.
Antes de prosseguir deixe-me fazer um esclarecimento. Devíamos ter nesta época não mais do que 14 anos e Marco, este é o nome do meu primo, por morar num local onde as pessoas “acordavam com o galo e dormiam com ele” não estava acostumado com os horários da “vida corrida” de Volta Redonda. Para ele nove horas era tarde da noite e cinco da manhã era hora de já estar de pé.
Dito isso voltemos a nossa história.
Pois bem fomos para o cinema. A fita que tinha no seu elenco Peter O Toole, Omar Shariff, Alec Guiness e Anthony Quinn, era longa com cerca de quatro horas de duração e por isso só haveria uma sessão.
Fila, pacote de pipoca e amendoim na mão, as portas do Nove de Abril se abrem. Entramos, mas precisamos ficar apenas na galeria do cinema. Às oito horas em ponto o filme começa. Não havia comerciais como há hoje, apenas o “Atualidades Atlântida” que neste dia não foi ao ar.
Passados quinze minutos eu e meu pai ouvimos um forte barulho. As pessoas em nossa volta também. Olhamos, levantamos, procuramos e perguntávamos o que seria aquele forte barulho que conseguia até abafar o som do filme.
E como não podia deixar lá fui eu acompanhado de meu pai e de meu primo que morava no distrito Barão de Juparanã e estava passando uns dias em minha casa.
Antes de prosseguir deixe-me fazer um esclarecimento. Devíamos ter nesta época não mais do que 14 anos e Marco, este é o nome do meu primo, por morar num local onde as pessoas “acordavam com o galo e dormiam com ele” não estava acostumado com os horários da “vida corrida” de Volta Redonda. Para ele nove horas era tarde da noite e cinco da manhã era hora de já estar de pé.
Dito isso voltemos a nossa história.
Pois bem fomos para o cinema. A fita que tinha no seu elenco Peter O Toole, Omar Shariff, Alec Guiness e Anthony Quinn, era longa com cerca de quatro horas de duração e por isso só haveria uma sessão.
Fila, pacote de pipoca e amendoim na mão, as portas do Nove de Abril se abrem. Entramos, mas precisamos ficar apenas na galeria do cinema. Às oito horas em ponto o filme começa. Não havia comerciais como há hoje, apenas o “Atualidades Atlântida” que neste dia não foi ao ar.
Passados quinze minutos eu e meu pai ouvimos um forte barulho. As pessoas em nossa volta também. Olhamos, levantamos, procuramos e perguntávamos o que seria aquele forte barulho que conseguia até abafar o som do filme.
Depois de procurar encontramos o meu querido
primo em sono
profundo. O barulho era seu ronco!
Marco jamais viu as cenas de Lawrence da Arábia, dormiu o filme todo e só foi acordar quando as letrinhas subiam.
Marco jamais viu as cenas de Lawrence da Arábia, dormiu o filme todo e só foi acordar quando as letrinhas subiam.
Nota do
autor
Esta crônica foi publicada originalmente no
site Recanto das Letras, em 23 de novembro de 2007 e eu a terminava não de
forma como está acima, mas sim da seguinte maneira:
“Marco
jamais viu as cenas de Lawrence da Arábia, mas está fazendo de sua vida a vida
daquele personagem tão famoso e que marcou mais de uma geração com sua luta
pela igualdade, pela vida. Que ele tenha tanta sorte como teve a personagem”.
Hoje, Marco não está mais conosco. Batalhou muito,
mas em 2010, Deus precisou de um veterinário, de um homem digno, um pai de família
exemplar e o chamou para si. Ficou a saudade de todos aqueles que um dia
puderam usufruir pouco ou muito, não importa, da sua companhia.
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