Quando começo a escrever estas linhas sinto-me um pouco
frustrado e vou explicar porquê. Por mais de meia hora fiquei buscando um site
que pudesse me relacionar os cinemas que existiram na cidade do Rio e que foram
derrubados ou transformados em igrejas evangélicas/shoppings/supermercados, etc
e não encontrei.
Buscava me lembrar de um cinema que ficava na Rua do Catete,
próximo ao Largo do Machado e que tinha em sua frente esculturas de bocas
abertas. Lembro que era um prédio branco, espaçoso e onde vivi grandes momentos
da minha infância.
Era nele que a minha saudosa Tia Ana levava a mim e as
minhas primas Rosa Beatriz e Tereza Isabel para assistirmos aos grandes
clássicos. Para terem uma idéia do que significava a ida a este cinema – cujo
nome teima em não vir a memória, a preparação começava pela manhã. Éramos
acordados logo cedo pela tia. Almoçávamos por volta do meio-dia e íamos as
sessões das 14 horas.
Dentro do cinema, sentava-me sempre em um dos lados da minha
tia. Isso era sagrado. Rosa Beatriz que hoje mora nos States se “digladiava”
com minha outra prima para ver quem ficava do outro lado da tia querida.
Confusões, brincadeiras, bate bocas tudo isso parava quando as cortinas abriam
e lá vinha o cine jornal do Canal Cem, depois os traillers e finalmente o
filme.
Raramente a sessão atrasava. Aliás, para ser mais correto,
apenas uma vez ela atrasou o que nos permitiu protagonizar um fato que guardo
até hoje. Um garoto que estava perto de nós perguntou a senhora que estava ao
seu lado, porque o filme demorava. Uma moça que estava junto com ele, loira,
muito bonita por sinal, não pensou duas vezes e tascou: “É porque os artistas
estão almoçando”.
Hoje este glamour não mais existe. Ir ao cinema hoje não
requer mais um preparo. Não tem a importância que tinha nos anos 60. E cá entre
nós até mesmo os filmes não são mais os mesmos. Mas isso é objeto de comentário
para outro dia.
Para encerrar acabo de encontrar este cinema que tanto me
deixou saudades. O nome era Azteca e ficava que foi demolido no final da década
de 70.
Demolição do cinema
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