quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O dólar do Marquinho

O fato que passo a narrar aconteceu entre os anos de 1969 e 1972. Nesta época um grupo de jovens adolescentes, que hoje já são pais e avôs, se reuniam no Jardim dos Inocentes – que na época era mesmo inocente e hoje não é mais nada disso, na Vila Santa Cecília, em Volta Redonda, estado do Rio.  
Nesta época os jovens adoravam ver quem mais errava ao falar e “encarnavam” no pobre coitado até que outro viesse com outro erro. Era uma “azaração” total e lógico que ninguém queria ser a vítima, o pato.
O grupo era composto pelo Celso – hoje aposentado, Alexandre – pastor, Marco – irmão de Alexandre, funcionário publico e personagem de nossa história, Caco – que não sabemos o que faz hoje, Betinho, Fernando – jornalista e Tico – que deve ter virado jogador de futebol.
O  mico que passo a contar começa por causa do Cine Nove de Abril o principal cinema da cidade que abrigava, naquela época, a maior industria siderúrgica do país.
Naquele tempo, o cine Nove de Abril, tinha por hábito apresentar três filmes na semana. Um que era sempre o principal começava no domingo e ia até terça. Um outro que ficava em cartaz quarta e quinta e um terceiro que era apresentado sexta e sábado.
Existia, um ator chamado Giuliano Gemma, astro de filmes de mocinho e bandido de origem italiana e que fazia grande sucesso no Brasil. 
Seus filmes lotavam, eram seções e mais seções. Filas dobravam nas portas dos cinemas e em Volta Redonda não poderia ser diferente. E não foi mesmo.
Um belo dia estava toda a “patota” – eta termo antigo, conversando quando chega o nosso pequeno/grande Marquinho e anuncia para toda a turma:
- Gente vocês não sabem o que o Nove de Abril vai apresentar neste domingo? Um filmão o “O Dolar Furado”!
A entoação do Marquinho não acentuando a palavra dólar caiu como uma bomba entre a turma e foi de uma gozação só. 
O tempo passou, outros erros vieram, eu mesmo fui vítima várias vezes, mas até hoje passado muitos anos, Marquinho, já casado com filhos, ainda tem que conviver com esta história da qual me orgulho de ter feito parte.

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